Elana ficou paralisada. O calor da lareira iluminava os traços dele, agora tão perto que ela podia sentir a respiração dele, o espaço entre eles reduzido a quase nada. A confissão, tão alinhada com os sonhos que ela guardara na adolescência, era tudo o que sempre quisera ouvir, mas também tudo o que temia. A garota de 15 anos dentro dela queria se jogar nos braços dele, mas a mulher que era agora sabia que cada palavra, cada escolha, carregava consequências.
Antes que pudesse encontrar uma resposta, um cheiro acre cortou o ar, arrancando-a de seus pensamentos. O molho. O aroma de tomate e manjericão, que momentos antes enchera a cabana de conforto, agora tinha um tom queimado, quase amargo.
— Meu Deus, o molho! — exclamou Elana, os olhos arregalados, enquanto corria para a cozinha compacta, o pano de prato ainda nas mãos.
Gabriel a seguiu, o momento intenso interrompido pelo caos doméstico. Elana alcançou o fogão, desligando o fogo com um movimento rápido, mas na pressa, seu braço