O parque pulsava com vida, o aroma de grama recém-cortada e pinheiros úmidos enchendo o ar, enquanto o sol da tarde filtrava-se pelas copas das árvores, lançando sombras fragmentadas no chão de terra batida. O riso de crianças ecoava ao longe, misturado ao canto agudo dos pássaros, mas um calafrio cortou minha espinha, meu sexto sentido gritando que algo estava errado.
Sentada em um banco de madeira, o verniz descascado arranhando minhas pernas, segurava um copo de café para viagem, o calor se dissipando contra meus dedos trêmulos. Lian balançava no balanço à minha frente, os tênis enlameados chutando o ar, o cabelo castanho bagunçado caindo sobre os olhos verdes. Ele ria, traçando círculos na areia com um graveto, alheio ao perigo que minha intuição captava. Meus olhos varreram as árvores, onde sombras se moviam, rápidas e silenciosas, e meu coração disparou, o arrepio na nuca se intensificando.
— Lian, venha aqui — chamei, a voz firme, mas o pânico crescendo, enquanto me levantava,