O café exalava um aroma quente de grãos torrados e baunilha, o silvo das máquinas de expresso misturando-se ao murmúrio constante dos clientes. As paredes de tijolos aparentes, adornadas com quadros de paisagens urbanas, refletiam a luz suave das arandelas, que dançava sobre as mesas de madeira polida. Minha loba estava inquieta, suas garras arranhando minha mente, enquanto eu segurava a xícara de cappuccino, o calor escaldando meus dedos.
Ethan sentava-se à minha frente, os olhos azuis carregados de preocupação e uma ponta de desconfiança, o cabelo loiro bagunçado pelo vento que entrava pela janela entreaberta.
Minha loba choramingava, sentindo o peso do segredo que eu escondia. A identidade do pai de Lian, e o medo de perdê-lo apertava meu peito como uma garra.
— Ayla, você está distante — Ethan disse, a voz gentil, mas firme, inclinando-se sobre a mesa, o cheiro de sua colônia cítrica misturando-se ao aroma do café. — Não é somente o trabalho, é? Diga-me o que está acontecendo.
E