Tayanara abriu a porta, saiu mexendo no celular, verificando se a transferência havia sido concluída. Assim que confirmou o valor na conta, soltou um suspiro pesado. Abriu o portão sem olhar para Rangel, apenas dando espaço para ele passar.
Rangel, como se nada tivesse acontecido, ainda tentou manter o tom casual.
— Daqui a umas duas semanas, podemos reatar, fazer uma viagem legal… — disse, como se fosse um plano qualquer.
— Você precisa me deixar, te recompensar.
Tayanara não respondeu. Apenas fechou o portão assim que ele saiu, cortando qualquer possibilidade de diálogo. Sem perder tempo, desbloqueou o celular e foi direto nas configurações, desconectando-se das redes sociais, eliminando a única ponte entre ela e a enxurrada de críticas.
Mas o silêncio que veio depois não trouxe alívio. Pelo contrário, a sensação de peso, de humilhação, de inferioridade se instalou nela como uma sombra.
Tayanara sabia que aquele dinheiro ia ajudar, mas sabia também que havia pago um preço alto