Mariana
Nos dias que se seguiram, mantive distância. Cada vez que via Davi ou Helena na empresa, sentia um frio no estômago, uma lembrança da minha própria ilusão. Mas, ao mesmo tempo, sentia algo crescendo dentro de mim: uma força silenciosa, aquela que só surge quando percebemos que precisamos assumir nossa própria vida.
Decidi conversar com meu supervisor. Expliquei, de forma calma e firme, que precisaria me afastar da empresa. Não havia raiva, nem ressentimento — apenas a certeza de que era hora de me reconectar comigo mesma, de reconstruir meus próprios sonhos sem depender de ninguém que nunca me pertenceria.
“Eu preciso ir embora”, disse, olhando nos olhos dele. “Não é por falta de trabalho ou de oportunidade, mas porque preciso me encontrar. Preciso viver minha vida sem me perder em ilusões.”
Ao sair do prédio, senti um misto de medo e liberdade. Cada passo parecia me afastar não apenas da empresa, mas de tudo que me aprisionava: a obsessão, a frustração, a esperança vazia. Pe