Ponto de vista de Lívia
Ao sair do carro, percebo que Vaelor parou numa pista de terra. Logo noto que é uma pista auxiliar, porque há outra maior logo adiante e, claro, um pequeno avião parado ali na frente. Agora entendo como ele pretende nos tirar daqui.
Vaelor sai do carro, coloca o chapéu, os óculos escuros e me lança um sorriso cínico — e completamente forçado.
— Você sabe pilotar? — pergunto, já com medo da resposta.
— Pequena ratinha, você ficaria surpresa com tudo o que eu sei fazer! — Ele abre um sorriso largo demais.
Eu acabo rindo da total falta de modéstia dele. O rosnado atrás de mim me faz rir ainda mais.
— Lobinho ciumento! — provoco.
Vaelor faz uma reverência péssima antes de apontar para o avião. Ele caminha na frente, assoviando uma música como se estivéssemos indo para um piquenique. Vou atrás até o avião de seis lugares. Assim que entro, meu corpo tensiona ao ver o estado das coisas: as poltronas estão rasgadas, a estrutura range e eu nem quero olhar muito para a