APRIL
Assim que Gabriel desapareceu, o desespero das meninas aumentou. Três lobinhas apavoradas, e eu sozinha para acalmá-las, bem no meio de uma guerra. O problema era que eu mesma estava apavorada.
Ajoelhei-me para ficar na altura delas, segurando suas pequenas mãos trêmulas.
— Meus amores, calma… Vocês sabem que o papai é o nosso super-herói, certo?
Elas assentiram, os olhos marejados refletindo seus medos.
— E vocês também sabem que ele nunca deixaria nada acontecer com a gente?
Mais um aceno silencioso.
— Então por que esse medo? — minha voz saiu suave, mas firme. — Vocês são três lobinhas corajosas! E o que fazemos quando alguém que amamos está lutando?
As três me olharam, confusas.
— Mandamos energia positiva para ajudá-lo — sorri, enxugando suas lágrimas. — Vamos fazer isso juntas?
Elas assentiram e ergueram os bracinhos, fechando os olhos para concentrar suas boas energias. Mas eu senti. O cheiro de um lobo se aproximando, carregado de energia sombria.
Sem permitir que as men