APRIL
A morte de Veronica e Nicolai trouxe um alívio que eu nem sabia que poderia sentir. O peso de ter que proteger minhas filhas e minha família desses monstros havia desaparecido, mas algo ainda me inquietava. Faz dias que Gabriel não é o mesmo. Ele está agitado, sempre atento a qualquer movimento, como se o perigo ainda estivesse à espreita.
— Amor, o que está acontecendo? — pergunto, cruzando os braços.
Ele me encara, o conflito evidente nos olhos. Seu instinto de proteção sempre fala mais alto, mas antes que ele possa mentir ou evitar o assunto, eu o interrompo:
— Não me esconda nada, Gabriel. Achar que me protege ao me manter no escuro só me deixa mais vulnerável.
Ele suspira fundo e abaixa a cabeça, derrotado.
— Precisamos falar com sua família.
Sem mais explicações, ele me puxa pela mão e me guia para fora de casa. Meu coração acelera. Algo grande está acontecendo.
Ao entrar na casa dos meus pais, o caos habitual nos recebe. Meus irmãos brincam de luta, minha irmã reclama sob