GABRIEL
A luz do sol invade o quarto, forçando-me a despertar. Fecho os olhos com força, tentando diminuir o latejar da minha cabeça. A claridade agrava a dor, tornando cada piscada um esforço.
— Gabriel, meu neto? — a voz do meu avô soa preocupada. — Você acordou agora ou ainda está dormindo?
Tento responder, mas minha voz sai fraca, rouca.
— Minha cabeça...
Ele entende imediatamente e caminha até a janela, fechando parte da persiana.
— Melhor? — pergunta ele.
Forço os olhos a se abrirem, ajustando-se à nova penumbra.
— Sim, vovô.
Meu olhar vagueia pelo quarto, tentando entender onde estou e por quê. Algo parece fora do lugar.
— O que aconteceu? — pergunto, sentando-me com dificuldade.
— Você foi atacado, passou por uma cirurgia e agora tem que ficar quieto aí até melhorar — seu tom se torna sério quando percebe minha tentativa de levantar.
— Eu preciso ir ao banheiro.
— Espera quietinho aí, vou chamar a enfermeira pra trazer um daqueles potinhos…
Nem deixo ele terminar.
— Nem fodend