Você está grávida?...
Jaqueline
Parte de mim queria levantar e abraçar o Edgar, dizer o quanto aquilo me tocava e me emocionava. Mas a outra parte, a que ainda guardava as feridas e confusões, apenas chorava em silêncio, deixando a música falar por mim.
O piano parecia contar uma história que eu não sabia que estava guardada no meu peito. Saber que o Edgar era o meu pai, e estar dentro do anfiteatro cercada de pessoas vendo sua apresentação era totalmente diferente da primeira vez que o vi tocar em sua casa. Em sua mansão era apenas um senhor de idade, um parceiro de negócios do Alexandre.
Fechei os olhos enquanto cada acorde me trouxe uma lembrança distante: o coral da igreja, os sonhos da adolescência, o olhar do meu pai quando me apoiou em vir para São Paulo… e agora o homem no palco, tocando com tanto sentimento, como se cada nota fosse uma confissão silenciosa. Dedicando tudo aquilo a mim. Era bonito demais, intenso demais.
Alexandre ao meu lado, apertou a minha mão. Mas eu não conseguia olhar para el