Jaqueline

Senti um calor suave ao redor do meu corpo como se estivesse envolta em um cobertor morno e seguro. Havia também o peso de um braço sobre mim, firme e protetor. E o cheiro… o cheiro que eu reconheceria em qualquer lugar. Um misto amadeirado que vinha junto com ele.

Tive medo de estar sonhando. Mantive os olhos fechados, tremendo que ao abri-los, tudo desaparecesse. Mas a respiração próxima ao meu pescoço, o toque da pele dele contra a minha, me diziam que era real. Era o Alexandre.

Abri os olhos com dificuldade, as pálpebras pesadas, e o vi deitado ao meu lado dormindo profundamente. Meu coração disparou de alegria e as lágrimas vieram sem que eu pudesse conter. O rosto dele estava tão cansado… os olhos fundos, as olheiras marcadas, a barba por fazer. Parecia que não dormia há dias.

O braço dele continuava me envolvendo, e percebi o quanto ele estava apertado na cama. Por ser tão alto, os pés passavam da beirada. Aquela imagem me quebrou e me aqueceu ao mesmo tempo. A vontad