Alívio e espanto...
Jaqueline
Do outro lado da porta, os gritos da Thais não paravam. Ela implorava pela vida, mas era completamente ignorada. Ouvi sons de socos e chutes, até que seu pedido desesperado por misericórdia foi interrompido pelo som de um tiro brutal, seguido por um silêncio pesado. Levei a mão até a boca para conter o grito que subia na minha garganta. O ar me faltou. Meu corpo inteiro tremia. Senti uma forte vontade de vomitar.
Ela estava morta. Eles tinham matado a Thaís, a poucos metros de mim.
Ouvi vozes dos homens logo em seguida, abafadas, irritadas, se sobrepondo às outras.
– A gente devia mudar ela de lugar. Disse um.
– Melhor acabar logo com isso. Mata logo essa mulher.
Mas a voz grave do homem grande, impôs silêncio:
– A vadia da Thais já jogou a gente na merda. Depois dessa, vamos fazer direito. Vamos levá-la pra outro lugar. Tem um galpão abandonado a poucos quilômetros daqui. A noite a gente liga pro tal do Alexandre e exige logo a entrega do dinheiro.
O som dos passos se afast