Sobreviver...
Thais
O colchonete fino não me deu o mínimo de conforto. Acordei com dor em cada osso e um ranço de tecido barato grudado na pele.
– Isso não é cama, é um castigo!
Estiquei-me resmungando alto. Ouvi quando os três comparsas do Betão sorriam nas minhas costas. Um deles me encarava com deboche.
– E aí, princesa, o que vai querer de café da manhã?
– Já é mais de meio-dia. Vai querer almoçar agora, madame? Disse o outro.
Os ignorei porque não queria me irritar mais do que já estava. Levantei num pulo e passei as mãos ajeitando os cabelos. Coloquei o casaco e caminhei em direção à porta do quartinho, decidida a ver como estava nossa convidada. Antes que eu pudesse me aproximar, um dos homens do Betão se colocou na minha frente com os braços cruzados e uma expressão ridícula.
– Tá proibida de entrar.
– Vou levar água e comida. Coloco um capuz, ela não vai ver nada.
– Já levei água e comida pra mulher.
Saí bufando e fui até uma caixa térmica e retirei um sanduíche. Mastigava com desprezo e