Caleb
Eu já estava ficando louco dentro daquele quarto. Três dias trancado, ouvindo de todo mundo que eu precisava “descansar”, como se eu fosse um senhor de oitenta anos que tropeçou no tapete da sala. Eu só tinha levado uma queda. Tá, uma queda feia. Tá, tinha desmaiado. Tá, o médico falou “concussão”. Mas mesmo assim… eu não precisava ficar preso igual prisioneiro.
A pior parte é que todo mundo colaborava pro meu cativeiro: Pamela, meu pai, minha mãe, até o maldito Nicolas dava sermão. Só quem parecia do meu lado eram os bebês, mas eles tinham um mês de vida e falavam só em choro. E olha… às vezes eu achava que até eles estavam me julgando quando Pamela vinha com aquela cara de “você não vai sair da cama”.
Agora eu estava ali, de novo, deitado, com o notebook fechado no colo porque a Pamela tinha confiscado. Ela jurou que ia quebrar meu dedo se me visse abrindo e-mail de trabalho. E eu acredito nela, então deixei quieto.
Ela passou pela porta naquele momento, com o cabelo preso da