Pamela
Três dias.
Três malditos dias.
Presaaaaa nessa cama como se eu fosse uma boneca de porcelana que vai quebrar se levantar.
Eu juro por tudo, se mais alguém entrar nesse quarto perguntando se eu “tô confortável”, eu jogo o travesseiro na cara.
No primeiro dia, tudo bem. Eu ainda tava assustada, achando que ia entrar em trabalho de parto a qualquer momento, porque o médico falou aquelas palavras horrorosas: “pode ser o começo de parto prematuro”.
Mas agora, três dias depois, o que eu tenho é tédio.
Tédio e raiva.
Muita raiva.
Eu nunca fui o tipo de mulher que fica parada.
Sempre fiz tudo sozinha.
Agora preciso de ajuda até pra tomar banho.
E isso... isso me mata por dentro.
A Vitória praticamente virou minha enfermeira pessoal. Ela entra no quarto com aquela cara de quem tá tentando disfarçar a preocupação, segurando uma bandejinha com chá, frutas, água e aquele ar de “finge que tá tudo bem”.
Mas não tá.
Não tá nada bem.
— Bom dia, futura mamãe de gêmeos — ela disse hoje cedo, tod