Pamela
Eu acordei com uma dorzinha estranha.
Nada forte, nada desesperador, mas o tipo de incômodo que faz você acordar sem saber o porquê. Olhei pro relógio na cabeceira: 2h50 da manhã. O quarto tava escuro, só o som do ar-condicionado e a respiração calma do Caleb ao meu lado.
Fiquei ali uns segundos, tentando ver se a dor passava, mas ela deu uma repuxada leve, e eu pensei: “Ah, deve ser só o peso dos bebês.”
Resolvi levantar pra ir ao banheiro.
Levantei devagar, como sempre, tentando não acordar o Caleb, e fui andando, meio sonolenta.
A luz do banheiro me cegou por um segundo. Me olhei no espelho, cabelo bagunçado, cara amassada, e pensei: “Linda, Pamela. A verdadeira deusa das duas da manhã.”
Fiz xixi, normal, e quando olhei pra calcinha…
Meu corpo gelou.
Tinha sangue.
Fiquei parada, olhando, como se aquilo não fizesse sentido.
Meu cérebro demorou uns segundos pra processar.
Por um segundo — um segundo burro — eu pensei: “Será menstruação?”
Mas aí veio o estalo.
“Eu não menstruo