Caleb
Eu sentei na beira da cama e fiquei alguns segundos olhando para o nada. A casa estava em silêncio, mas minha cabeça não. Tinha coisa demais girando ali dentro. Informação demais. Possibilidades demais. E uma delas não saía da minha mente: Daniel.
Pamela estava sentada na poltrona, abraçando as próprias pernas, pensativa. Ela fazia isso quando estava nervosa, quando tentava organizar algo que não fazia sentido ainda. Eu conhecia cada gesto dela. Cada pausa.
— Amor — falei, quebrando o silêncio. — A gente precisa conversar.
Ela levantou o olhar devagar.
— Eu sei — respondeu. — Também tô pensando nisso desde ontem.
Respirei fundo. Não dava mais pra empurrar com a barriga.
— Eu acho que a gente devia falar com o Daniel — disse, direto. — Não dá pra continuar fingindo que isso não existe. A possibilidade… é grande demais.
Pamela ficou quieta por alguns segundos. Eu via o conflito nela. O medo. A curiosidade. A dor antecipada.
— Eu concordo — ela disse, por fim. — Se for verdade, el