Fechei os olhos. — Ele tá em coma.
Caleb
Já faz uma semana.
Sete dias inteiros desde que o meu pai fechou os olhos e não abriu mais.
O som dos aparelhos no hospital já virou trilha sonora da minha vida. Aqueles bipes rítmicos me acompanham até em casa — quando fecho os olhos, parece que ainda ouço aquele barulho no fundo da cabeça. Eu não sei mais o que é dormir direito. Cada vez que tento, o peso da empresa, da família e do medo me arrasta de volta pra realidade.
A Belmont Corp está um caos. Literalmente.
As demissões que o vice-presidente aprovou sem minha autorização deixaram a equipe em pânico. Os investidores começaram a ligar, os contratos travaram, os clientes estão desconfiados. É como assistir um navio afundando e não conseguir tapar os buracos a tempo.
Tentei resolver sozinho, mas é como correr em areia movediça — quanto mais eu me mexo, mais eu afundo.
E pra piorar, o desgraçado do vice-presidente ainda aparece nos corredores como se fosse o dono do império. Andando com aquele terno caro e aquele sorrisinho