— Eu queria acreditar com a mesma certeza que você fala.
Caleb
Acordei com o sol batendo direto na cara, aquele tipo de luz que te obriga a encarar o dia mesmo quando tudo o que você queria era continuar deitado e esquecer do mundo. O corpo doía, a cabeça ainda latejava, e o peso na alma parecia ter dobrado de tamanho. Olhei pro lado — Pamela ainda dormia, abraçada ao travesseiro. Ela parecia tranquila, o que já era um milagre depois de tudo que andamos passando.
Fiquei ali um tempo, só observando. A barriga dela já começava a se destacar sob o lençol, e aquilo me arrancou um sorriso involuntário. Dois bebês. Meus filhos. Só de pensar nisso, o peito apertou — de amor e medo, tudo misturado.
Levantei devagar pra não acordá-la. Fui até a cozinha, preparei um café forte e engoli umas torradas, sem muito apetite. O relógio marcava quase nove da manhã. Eu precisava voltar pro hospital pra saber notícias do meu pai, e no fundo eu já sabia que não ia ouvir o que queria.
Quando voltei pro quarto, Pamela estava acordada, sentada na cama com o cabel