— O vovô de vocês vai sair dessa, eu prometo.
Pamela
Eu entrei no hospital e já senti aquele ar pesado de tristeza e cansaço. O som dos passos apressados dos enfermeiros, o bip constante dos monitores e aquele cheiro de remédio e álcool em tudo… me deixaram ainda mais tensa. Eu vinha todos os dias com o Caleb, mas hoje ele ficou resolvendo umas coisas na empresa, então vim sozinha. Queria ver como o senhor Bernardo estava, mesmo que ele ainda não tivesse acordado.
Mas o que me preocupava mais era a dona Vitória. Eu via nos olhos dela o quanto estava acabada.
Quando entrei no quarto, ela estava sentada do lado da cama do marido, segurando a mão dele, murmurando alguma coisa baixinho, talvez uma prece.
— Dona Vitória… — chamei devagar.
Ela levantou o rosto, os olhos vermelhos e o sorriso meio forçado.
— Oi, querida. Você veio sozinha hoje?
Assenti e me aproximei, pondo a mão no ombro dela.
— Vim ver como vocês estão. Caleb ficou na empresa.
Ela deu um suspiro longo, pesado, e olhou pro marido imóvel na cama.
— Ele ainda não acordou