CALEB
Eu cheguei na empresa antes das sete da manhã. O prédio ainda cheirava a café fresco e chão encerado, mas o clima… o clima estava uma merda. Bastava olhar pro rosto dos funcionários no saguão pra perceber. Gente séria, passos apressados, cochichos. Era o tipo de silêncio que grita.
Entrei direto na sala de reuniões e mandei a secretária chamar todo o conselho. Ninguém esperava uma reunião tão cedo, mas eu não tava com paciência pra formalidade.
Hoje eu ia entender o que diabos tava acontecendo.
Em menos de vinte minutos, os diretores começaram a chegar — gravatas tortas, cara de sono, e aquele ar de quem já sabia que vinha bomba por aí.
— Senta todo mundo — eu disse, assim que o último entrou.
Eles se acomodaram, meio tensos. Eu permaneci de pé.
— Alguém quer me explicar por que, depois de uma greve longa e desgastante, tem funcionário sendo demitido em massa sem que eu tenha sido informado?
Silêncio.
Uns olharam pros outros. Outros fingiram mexer em papéis.
Foi o diretor financ