Pamela
O vento frio cortava meu rosto assim que saímos da cabine do teleférico. Eu olhei para baixo, para a imensidão branca da montanha, e quase me arrependi de ter aceitado a ideia de Caleb.
— Eu não acredito que você me convenceu a fazer isso — resmunguei, ajustando os óculos de esqui e tentando não parecer apavorada.
Caleb riu, aquele riso rouco que parecia vibrar dentro do meu peito. — Vai ser divertido, prometo. E se você cair, eu vou estar aqui pra te segurar.
Olhei para ele, todo confiante, com o corpo alto e firme já preparado nos esquis, como se tivesse nascido naquela neve. Eu, por outro lado, mal conseguia manter o equilíbrio parada. Só de imaginar deslizar montanha abaixo já dava vontade de sentar no chão e pedir pra descer de trenó.
— Caleb, eu sou brasileira, lembra? Minha praia é areia quente, caipirinha e guarda-sol, não… — olhei para as encostas enormes — ...não esse suicídio branco.
Ele se aproximou, baixou o corpo até ficar na minha altura e segurou minhas mãos. O