POV : terceira pessoa
Um mês depois
No hospital da capital, ecoa um grito aterrador de dor e incerteza, que percorre todos os cantos. Uma jovem jaz em uma cama, envolta em várias bandagens cobrindo seu corpo queimado. Era ela: Arlette. Após todo esse tempo sedada, os médicos decidem que chegou a hora de ela acordar — suas feridas mais graves já estavam cicatrizando.
Sônia, ao ver a filha gritar, corre para junto dela e segura sua mão enfaixada.
— Mãe, o que aconteceu comigo? Por que tudo dói tanto? — pergunta Arlette, com a voz fraca de tanto sofrimento.
— Querida, calma. Você sofreu um grave acidente… está aqui há um mês no hospital. Quase morreu, mas os médicos conseguiram salvar sua vida. O carro voou por um penhasco e pegou fogo com você dentro. Por isso está tão debilitada — explica Sônia, em meio a lágrimas.
O grito de pânico toma conta de Arlette ao lembrar das chamas:
— Mãe, me dá um espelho agora! — ela rosna, rangendo os dentes.
Sônia hesita, sabendo bem em que situação a f