POV: Terceira pessoa
A ferida ainda não havia cicatrizado completamente, mas Cinthia sabia que sua atuação precisava ser impecável.
O momento chegou duas semanas após o atentado. Com a pele ainda pálida, os olhos fundos pela suposta fraqueza e a voz quase inaudível, voltou à mansão e pediu para ver Cedric.
A conversa foi breve, medida, cuidadosamente planejada.
—Eu só quero me curar… mas não quero ficar sozinha —sussurrou, com um tremor nos lábios—. Não depois do que vivi. Tenho dificuldade para dormir. Qualquer barulho forte me faz saltar da cama. Preciso me sentir segura. E aqui… aqui é onde me sinto protegida.
Cedric, com o cenho franzido e a culpa queimando em seu peito, não hesitou.
Ele a tinha visto cair diante de seus olhos. Sangrando. Gritando. Lutando para se manter acordada enquanto o caos os cercava.
Ela se colocou entre a bala e seu neto.
Salvou Carttal.
Isso era suficiente.
—Você vai ficar na mansão —disse, como se fosse um decreto absoluto—. Aqui estará cercada de pessoa