A noite havia caído como um manto pesado e espesso. No porão, a escuridão era quase total, interrompida apenas pela luz fraca de uma lâmpada piscando no alto, como se também estivesse morrendo lentamente.
O cansaço me arrastava, esmagava meu peito. Minhas pálpebras caíam por instantes e, embora eu lutasse para me manter alerta, meu corpo começava a ceder. Eu estava fraco, quebrado, mas não derrotado. Minha mente ainda resistia.
E foi então que eu ouvi.
Um estalo leve. Quase imperceptível. Mas o suficiente para que meus sentidos se acendessem. Meu coração deu um salto. Não era o som dos guardas habituais. Era mais… contido, mais leve. Passos calculados, como se alguém tentasse não ser ouvido.
Abri os olhos de repente. Consegui distinguir uma silhueta se aproximando entre as sombras. Instintivamente, tensei os músculos, me preparando para lutar, mesmo que fosse inútil com as correntes.
—Fique longe! —rosnei com a voz rouca—. Não dê mais um passo!
Mas o homem levantou a mão rapidamente,