POV: Carttal Azacel
O frio do chão entrava pelos meus ossos. Cada minuto ali, acorrentado como um animal, era um lembrete de que eu havia falhado. Meus pulsos estavam cobertos de feridas abertas pelo atrito do metal, e os tornozelos marcados pelas correntes grossas que me impediam de dar mais que dois passos. Estava fraco. A sede me ressecava a garganta como papel, e a fome retorcia meu estômago com uma fúria silenciosa. Já não sabia quanto tempo havia passado. Dias, talvez. Ou mais. Nem mesmo meus sentidos eram confiáveis agora.
Ao meu redor, o silêncio só era quebrado pelos suspiros abafados dos meus seguranças. Eles também estavam feridos. Não falávamos. Não era preciso. Bastava um olhar para sabermos que todos pensávamos na mesma coisa: Aslin… as crianças.
Me deixei cair outra vez contra a parede, com a cabeça para trás e os olhos fechados. No peito, a culpa me golpeava como um martelo. Eu devia tê-los protegido. Devia ter previsto. Devia ter chegado antes.
Aslin.
O nome dela era