O ar no porão ficou mais pesado, sufocante. Aslin sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando a figura sombria do homem deu mais um passo em sua direção.
As sombras escondiam seu rosto, mas ela se lembrava. Lembrava-se bem demais.
As mãos enluvadas. O jaleco branco. O frio do metal contra sua pele infantil.
E a agulha.
O pânico apertou seu peito.
— Não… — sussurrou, a voz um fio trêmulo.
O homem parou bem à sua frente. Sua silhueta era imponente, mas ela não precisava vê-lo para saber que estava sendo observada com aquele mesmo olhar clínico de antes. Como se ela não passasse de um experimento.
— Você cresceu. — Sua voz soou calma, analítica.
Aslin sentiu um nó na garganta. Suas mãos, acorrentadas ao cano, se fecharam em punhos.
Mas então, sua mente registrou o verdadeiro perigo.
Instintivamente, seu corpo reagiu. Sua mão livre deslizou até o ventre arredondado, protegendo-o.
O homem percebeu.
O silêncio se tornou insuportável.
— Ora, ora… — Sibil soltou uma risadinha maliciosa —.