Capitulo 92- Perigo

O ar no porão ficou mais pesado, sufocante. Aslin sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando a figura sombria do homem deu mais um passo em sua direção.

As sombras escondiam seu rosto, mas ela se lembrava. Lembrava-se bem demais.

As mãos enluvadas. O jaleco branco. O frio do metal contra sua pele infantil.

E a agulha.

O pânico apertou seu peito.

— Não… — sussurrou, a voz um fio trêmulo.

O homem parou bem à sua frente. Sua silhueta era imponente, mas ela não precisava vê-lo para saber que estava sendo observada com aquele mesmo olhar clínico de antes. Como se ela não passasse de um experimento.

— Você cresceu. — Sua voz soou calma, analítica.

Aslin sentiu um nó na garganta. Suas mãos, acorrentadas ao cano, se fecharam em punhos.

Mas então, sua mente registrou o verdadeiro perigo.

Instintivamente, seu corpo reagiu. Sua mão livre deslizou até o ventre arredondado, protegendo-o.

O homem percebeu.

O silêncio se tornou insuportável.

— Ora, ora… — Sibil soltou uma risadinha maliciosa —.
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