— Então por que você veio, Victor? — perguntou ela, a voz baixando, carregada de uma emoção que ela não conseguia segurar. — Porque eu te chamei? Porque você quer me proteger? Ou porque você tá cansado de correr de mim? Ele ficou em silêncio, o peito subindo e descendo num ritmo que traía o controle que ele tentava manter, os dedos apertando a taça com uma força que fazia o vidro gemer. Os olhos cinza percorreram o rosto dela – os lábios entreabertos, as linhas de cansaço sob os olhos, o cabelo que caía como uma moldura – e ele respirou fundo, o som rouco enchendo o espaço entre eles. — Talvez seja tudo isso — disse ele, a voz grave e trêmula, as palavras saindo como se doesse arrancá-las. — Você me puxa, Elena, e não sei como parar. Mas deveria. A confissão a atingiu como uma onda, o desejo na voz dele misturado a uma tristeza que ela conhecia tão bem, e Elena sentiu o coração disparar, o calor subindo ao rosto enquanto o encarava, o espaço entre eles carregado de uma eletricida
O sábado amanheceu com uma luz pálida que mal cortava as nuvens escuras sobre a cidade, o céu carregado parecendo segurar o ar em um suspense que ecoava o turbilhão dentro de Elena Carter. As palavras de Victor na noite anterior "Se te beijar, você vai ver quem sou" – ainda queimavam em sua mente, o quase-toque dos lábios dele, o calor da respiração dele contra a dela pulsando como uma lembrança viva em sua pele. Ela acordou no sofá, onde desabara depois do jantar, a manta embolada aos pés, o apartamento silencioso exceto pelo gotejar lento da torneira na cozinha, um som que parecia zombar da inquietação que a consumia. Levantou-se com os músculos rígidos, o corpo pesado de uma noite mal dormida, e passou as mãos pelo rosto, os dedos tremendo enquanto tentava afastar o peso do que quase acontecera. Chegou ao trigésimo andar da Blackwood Enterprises antes do horário, o blazer cinza amarrotado sobre os ombros como uma armadura que não a protegia mais, os olhos verdes brilhando com uma
— Não consigo te tirar da cabeça, Elena — disse ele, a voz grave e trêmula, as palavras saindo como se doesse arrancá-las. — Ontem à noite... você me puxou pra um lugar que eu não sei como sair. Eu quase te beijei, quase te mostrei tudo, e não sei como parar isso. Você tá em todo lugar – aqui, na minha casa, nos meus pensamentos. O que você tá fazendo comigo? Ela ficou parada por um instante, o coração disparado enquanto as palavras dele batiam contra ela como uma onda, o tom cru e vulnerável cortando-a mais fundo do que esperava. Deu um passo mais perto, o espaço entre eles reduzido a quase nada, o calor do corpo dele invadindo o dela enquanto levantava o queixo, os olhos verdes fixos nos dele com uma determinação que queimava. — Eu não tô fazendo nada que você não queira, Victor — disse ela, a voz subindo um tom, carregada de uma frustração que transbordava. — Você tá aqui, me olhando desse jeito, dizendo essas coisas, mas sempre recua. Ontem você disse que me beijar ia me mostra
As luzes dos prédios piscando como estrelas presas em um céu artificial. Elena Carter estava em casa, o apartamento envolto em um silêncio que parecia vivo, o eco do sonho com Livia "Ele vai te contar" pulsando em sua mente como uma chama que não apagava. O dia no trabalho fora um campo de batalha silencioso olhares que cortavam como facas, a vulnerabilidade de Victor exposta em cada hesitação, as palavras dele no escritório, "Eu não posso arriscar te perder", girando em sua cabeça como um grito preso. Estava largada no sofá, a manta embolada aos pés, os olhos fixos no teto rachado, quando o celular vibrou na mesa bamba, o som rasgando o ar como um trovão. Ela pegou o aparelho com mãos trêmulas, o coração disparando ao ver o nome dele: Victor Blackwood. A mensagem era curta, mas carregada de uma urgência que a fez pular do sofá: "Preciso de você no escritório. Agora. Não dá pra esperar." Elena respirou fundo, o peito apertado enquanto jogava a manta de lado e calçava as botas, o cour
Ela deu um passo à frente, o espaço entre eles encolhendo novamente, o calor dele invadindo o dela enquanto levantava o queixo, os olhos verdes brilhando com uma determinação que queimava o choque inicial. — Então você passou séculos achando que tava condenado a matar quem te ama? — perguntou ela, a voz suavizando, mas carregada de uma emoção crua. — E mesmo assim me beijou, Victor? Você correu esse risco comigo? Por quê? O que eu sou pra você que te fez jogar tudo isso fora? Ele ficou quieto, os olhos cinza arregalados enquanto as palavras dela cortavam o ar, o peso da pergunta colidindo com a confusão que o consumia. Deu um passo mais perto, as mãos subindo para o rosto dela novamente, os dedos tremendo enquanto roçavam a pele quente dela. — Porque não aguento mais isso sem você — disse ele, a voz grave e rouca, quase um rosnado que ecoava no peito dela. — Você me puxou pra fora de um buraco que cavei por séculos, Elena. Eu olho pra você e vejo ela, a força, os olhos, o jeito q
O escritório de Victor Blackwood ainda vibrava com o calor dos corpos que haviam se entregado ali, o ar denso com o cheiro de suor e madeira polida, quando as batidas na porta rasgaram o silêncio como um trovão inesperado. Elena Carter, sentada na borda da mesa de mogno, os cabelos castanhos caindo em cachos desordenados sobre os ombros, sentiu o coração saltar, o resquício da paixão colidindo com uma nova onda de alerta. Victor, a camisa preta entreaberta expondo o peito pálido, os olhos cinza brilhando com uma mistura de êxtase e tensão, afastou-se dela num movimento brusco, as botas ecoando no chão enquanto pegava o jeans dela jogado num canto. As roupas espalhadas, a blusa dela amassada perto da cadeira, a camisa dele pendurada como um trapo, marcavam o caos que os consumira, mas a voz de Damien do outro lado da porta trouxe a realidade de volta com força bruta. — Abre essa porta agora, por favor! — gritou ele, o tom cortante, carregado de uma ansiedade que atravessava a madeira
Ele ficou quieto, os olhos cinza brilhando com uma mistura de alívio e tormento enquanto a encarava, o medalhão pulsando mais uma vez antes de falar, a voz grave saindo num tom carregado de peso: — Teve vultos, silêncios que pareciam pesados, mas nunca dei nome a isso. Achava que era só o tempo, a culpa me enganando. Mas agora, com você aqui, com o medalhão assim, sinto que é algi mais, alguém que quer me segurar no que Livia deixou. Não sei quem. Damien soltou um suspiro alto, o sorriso torto voltando com um toque de sarcasmo enquanto cruzava os braços, o tom leve mas carregado de uma seriedade que não escondia: — Tá vendo? O amor de vocês mexeu num vespeiro. Se o capuz tá lá fora, pode ser um sinal ou uma armadilha. Melhor decidir logo o próximo passo antes que ele suba até aqui. Elena virou-se para ele, os olhos verdes faiscando com um leve divertimento, o coração ainda acelerado enquanto processava tudo. Deu um passo em direção a Damien, a voz saindo firme mas com um toque
O elevador subiu em silêncio, o zumbido baixo das engrenagens ecoando como um sussurro mecânico no trigésimo andar da Blackwood Enterprises. Elena Carter segurava a borda do corrimão, os dedos apertando o metal frio enquanto o coração batia num ritmo inquieto, os eventos da noite anterior, o beijo, a maldição, o estranho de capuz, girando na mente como uma tempestade que não se dissipava. Victor Blackwood estava ao lado dela, o corpo rígido sob a camisa preta, os olhos cinza fixos na porta de aço à frente, o medalhão dourado pendurado contra o peito brilhando sutilmente na luz fraca. O cheiro de couro e madeira queimada que ele carregava parecia mais forte naquele espaço fechado, misturado ao peso de algo que nenhum dos dois queria nomear ainda.As portas se abriram com um som suave, revelando o corredor de mármore preto, as luzes de emergência piscando em intervalos irregulares, lançando sombras que dançavam como fantasmas nas paredes. Eles saíram juntos, os passos dela ecoando ao l