No apartamento luxuoso, decorado com mármore polido e cortinas de veludo vinho que filtravam a luz suave do entardecer, Lorena caminhava de um lado para o outro como uma tempestade contida. Seus saltos ecoavam no piso, ritmados pela ansiedade que lhe corroía o peito. Os olhos, antes altivos, agora estavam marejados, não de tristeza, mas de uma raiva silenciosa que ameaçava transbordar.
Ela parou abruptamente diante de um homem sentado junto à lareira acesa, que crepitava em contraste com o clima tenso. Era o Sr. Marcus, seu pai, elegante como sempre, com um robe de seda escura e uma taça de vinho tinto girando lentamente entre os dedos. O aroma do Cabernet pairava no ar, mas não suavizava o clima.
Lorena deu um passo firme à frente, os ombros rígidos, a mandíbula cerrada. A voz saiu trêmula, mas carregada de emoção:
— Pai! — exclamou, com os olhos fixos nele como se buscasse respostas em seu rosto impassível. — O Alerrandro... ele estava na empresa, na reunião. Mas antes disso... ante