As palavras de Abigail vieram à tona, cuidadosamente escritas, carregadas de amor contido, medo de feri-lo e uma saudade silenciosa. Sérgio lia e relia cada frase, engolindo o choro, mas permitindo que algumas lágrimas escapassem.
As cartas se sucediam, uma após a outra, revelando pensamentos e sentimentos que ele nunca pôde ouvir de sua voz. Abigail falava de esperança, de arrependimentos e de lembranças que para ele pareciam simples, mas que para ela eram preciosas. Em uma delas, com a letra trêmula, pedia desculpas por ter partido sem dizer nada. Explicava que aquela fora a única forma de protegê-lo, de mantê-lo longe de algo que jamais quis que recaísse sobre ele.
Cada envelope era uma cápsula de emoção. Sérgio sentia o peito apertar a cada palavra, como se revivesse os dias ao lado dela, as conversas interrompidas, os silêncios que escondiam segredos e sentimentos profundos. Não havia rancor, nem culpa, apenas a presença intensa de Abigail em cada linha. Ele percebia, com clareza