O quarto estava mergulhado na penumbra quando os primeiros gemidos escaparam dos lábios de Abigail. Ela se mexia inquieta, o rosto contraído em agonia, como se lutasse contra algo invisível.
— Não… não… por favor. — murmurava, a voz embargada pelo terror.
Sérgio, sentado ainda na beira da cama, despertou do próprio torpor e se inclinou imediatamente. Tocou de leve o ombro dela.
— Abigail… sou eu, amor. Acorda, tá tudo bem.
Ela não respondia, presa no pesadelo. Ela se debateu mais forte, um soluço preso no peito. Sérgio então segurou o rosto dela com as duas mãos, firme, chamando baixinho, com urgência e doçura ao mesmo tempo.
— Amor, olha pra mim. Já passou. Você tá segura, eu tô aqui.
Os olhos dela se abriram de repente, marejados, perdidos. O peito arfava, como se tivesse acabado de escapar de um incêndio. Sem pensar, Abigail agarrou o braço dele, os dedos cravando na pele, e a voz saiu trêmula.
— Eu não quero ficar sozinha… por favor, não me deixa.
Sérgio engoliu em seco, sentindo