O sábado amanheceu sob um céu limpo, como se até o universo tivesse conspirado para tornar o dia especial. Abigail passou horas em frente ao espelho, testando penteados, delineando os olhos com precisão. Procurava uma mulher que ainda não conhecia — mas que hoje precisava existir. Quando vestiu o tecido vermelho vibrante, justo e com um decote mais ousado do que jamais ousara usar, hesitou diante do espelho.
— É demais — murmurou, franzindo o cenho.
— É perfeito — disse Luiza, encostada na porta. — Você está maravilhosa.
Abigail sorriu, nervosa. Aquilo não era sobre parecer bonita. Era sobre provocar, sobre assumir o controle — de si mesma, de seus desejos, de Sérgio. Queria que ele a olhasse como sempre olhava, mas também de um jeito novo. Queria ser impossível de ignorar, queria que ele queimasse só de vê-la.
O salão no centro da cidade pulsava com luzes elegantes e música ambiente. Quando Abigail entrou com Luiza e Marcos, alguns olhares se voltaram, curiosos. O vestido vermelh