O espetáculo da queda

O microfone foi retirado da mão de Olívia por um dos músicos. A banda ensaiou um acorde hesitante, mas nada voltou a ser como antes. O salão parecia tomado por uma névoa de choque e escândalo. Convidados trocavam olhares, cochichavam, tentavam compreender o que tinham acabado de ouvir.

Abigail se virou, caminhando a passos rápidos em direção à saída. Luiza tentou ir atrás, mas Marcos segurou seu braço, ainda em choque. Todos os olhares estavam nela, mas nenhum doía tanto quanto o de Sérgio ou a falta dele.

Sérgio ficou imóvel. O microfone já havia sido devolvido à banda, os convidados dispersavam em grupos cochichantes, a festa agora tomada por um constrangimento viscoso, difícil de afastar. Mas ele não via nada disso, não ouvia, só sentia.

Uma raiva densa e latejante lhe pulsava nas têmporas. Como se o sangue tivesse se tornado lava. O peito subia e descia com esforço, tentando conter o impulso de gritar, de desmascará-la, de arrancar aquela expressão triunfante do rosto de Olívia.

E
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