Já fazia quase um mês desde que Abigail começou a trabalhar no escritório. Desde aquele almoço constrangedor, ela evitava ao máximo ir ao refeitório. Não queria alimentar ainda mais os boatos e, principalmente, não queria cruzar com Susi. Infelizmente, trabalhar no mesmo andar tornava impossível não vê-la. Mesmo assim, Abigail fazia de tudo para manter distância. Não queria causar nenhum tipo de conflito no ambiente de trabalho — embora tudo em sua presença parecesse provocar tensão.
Sérgio percebia. Percebia mais do que gostaria. Estava sempre de olho nela, atento a qualquer sinal de desconforto ou perigo. Por mais que tentasse manter uma postura fria e profissional, era difícil. Extremamente difícil. Evitava ficar sozinho com Abigail, evitava conversas que pudessem sair do protocolo. Ele conhecia o próprio limite — e da última vez, passou longe dele. Ela era jovem, estava vulnerável, e merecia uma vida tranquila. Ele, ao contrário, era caos. Um homem que carregava seus próprios fanta