Os dias seguintes foram preenchidos com uma rotina estranhamente tranquila. Sérgio continuava monitorando discretamente os contatos de Alex, sem que Abigail soubesse. Não era por querer esconder as coisas dela, mas porque ainda não havia nada concreto — nenhuma movimentação, nenhuma pista. Só um silêncio incômodo, denso, que lhe arrepiava os ossos.
A polícia também não tinha novidades. Alex parecia ter evaporado, como uma sombra que se recua antes da próxima tempestade. Mas Sérgio conhecia bem aquele tipo de silêncio. O perigo, muitas vezes, se esconde atrás da falsa calmaria. Ele sentia, com cada fibra do corpo, que aquilo ainda não tinha acabado.
À noite, quando Abigail chegava em casa, trocavam mensagens curtas. Às vezes um simples "chegou bem?", outras apenas um emoji. Mas bastava. Havia uma intimidade contida, madura, como se ambos estivessem reaprendendo a caminhar juntos. Para Sérgio, cada pequena resposta dela era um alívio. Um lembrete silencioso de que ela estava bem, que es