Sérgio ainda segurava a colher de pau quando finalmente encontrou a voz.
— Aconteceu… alguma coisa?
Marcos soltou uma risada seca, sem humor, que fez o ar da cozinha parecer ainda mais pesado.
— É claro que aconteceu alguma coisa, Sérgio. — A voz dele era baixa, firme, carregada de rancor contido. — Você foi atrás da minha filha.
Sérgio abriu a boca para responder, mas Marcos ergueu a mão num gesto cortante, interrompendo-o antes mesmo que ele articulasse qualquer palavra.
— Que direito você acha que tinha pra fazer o que fez? — disparou, os olhos fixos nele como lâminas.
Sérgio respirou fundo, tentando manter a calma.
— Eu precisava de respostas. — A voz dele saiu mais alta, defensiva. — Você arrancou a Abigail de mim, a escondeu em outro país. Eu não estava mais suportando viver sem ela.
Marcos cruzou os braços com força, tentando conter a raiva que crescia dentro dele como fogo. Henrique, que até então estava próximo à porta, se aproximou lentamente, pressentindo que a discussão es