Assim que saíram da clínica, o vento trouxe um frescor leve, contrastando com o clima carregado de emoção que pairava no ar. Marcos abriu a porta traseira para Abigail, que entrou sem dizer nada, ainda com a bolsa no colo. Luiza acomodou-se ao lado dela, e Marcos assumiu o volante.
Por alguns minutos, o único som era o do motor e das ruas em movimento. Abigail olhava pela janela, os dedos deslizando lentamente sobre a bolsa — onde estavam as imagens do ultrassom. Luiza observava discretamente, respeitando o silêncio dela.
— Como você está? — perguntou Luiza por fim, com voz calma, sem pressionar.
Abigail demorou alguns segundos para responder.
— Foi… diferente. — disse, ainda olhando para fora. — Eu já sabia que tinha um bebê, eu sentia… mas ouvir… — ela parou, procurando as palavras. — Foi como se tudo tivesse se tornado real de uma vez.
Marcos lançou um olhar rápido pelo retrovisor. Ele conhecia bem a filha e sabia identificar quando ela estava tentando manter o controle das emoções