Na manhã seguinte, a casa ainda estava mergulhada num silêncio preguiçoso. O sol entrava pelas janelas da cozinha em feixes suaves, iluminando as bancadas e a mesa de madeira com um brilho ameno. O aroma de café fresco começava a se espalhar pelo ar quando Marcos apareceu na cozinha, com os passos pesados de quem havia dormido pouco.
Luiza já estava acordada, vestindo um casaco leve por cima do pijama e mexendo distraidamente numa caneca fumegante. Ao vê-lo entrar, levantou os olhos com um meio sorriso cansado.
— Bom dia. — disse baixinho.
— Bom dia. — respondeu Marcos, puxando uma cadeira e se sentando à mesa.
Por alguns instantes, ficaram em silêncio, ouvindo apenas o som da cafeteira. Mas ambos sabiam que havia uma conversa pendente — e inevitável.
Luiza quebrou o silêncio primeiro.
— Então… — começou com cautela. — Como foi?
Marcos apoiou os cotovelos na mesa e esfregou o rosto com as mãos antes de responder.
— Intenso. — disse num suspiro. — Eu falei tudo. Absolutamente tudo.
Ela