Luara
Com meu óculos de sol no rosto, eu saio da minha CRV e entro na padoca onde o dono do meu apartamento tá me esperando. Durante o trajeto do carro ele me ligou, disse que estaria aqui me esperando — e aqui estou.
Por sorte, tô com meus óculos preto desta vez. Meus olhos tão bem inchados. Não consegui conter o choro durante o caminho e tive até que parar num lugar reservado pra me acalmar.
As últimas palavras dele me dilaceraram de um jeito bizarro. Fiquei até sem ar enquanto chorava.
É exatamente isso que eu quero. Quero que ele me esqueça e me deixe viver. Mas ouvir da boca dele que a gente não pode se reconhecer mais, que é pra eu seguir minha vida... doeu pra caralho.
Na frente dele eu quis ser forte, mas dentro de mim sangrava. Quase desmoronei. Meu corpo tava todo tremendo. Mal consegui ligar o carro, sentindo as lágrimas escorrendo no meu rosto.
Meu peito dói tanto. Sinto que meu coração foi arrancado, e essa dor atinge meu corpo inteiro. Vai ser difícil superar, mas não i