Luara
Depois de assar o peixe conversando com o Tato, comemos juntos — arroz, uma salada simples e o peixe bem temperado. Continuamos tomando vinho. Eu tinha levado três garrafas, mas o papo com ele tá tão bom que já estamos na terceira. Estou deitada na rede, ele sentado no chão.
Ele é um cara muito maneiro. Raramente me identifico com alguém assim. Nunca fomos próximos, mas a conversa flui de um jeito tão leve que parece que já nos conhecíamos antes.
É doido isso. Mas eu tô curtindo.
Começo a sentir o cansaço. Meus olhos estão pesados, e o vinho já tá fazendo efeito.
— Eu acho que eu já vou dormir. Tô com muito sono. _ Espreguiço abrindo minha boca com os braços para cima.
Tato — Porra, tu é muito fraquinha mermo. Tá cedo ainda, pô...
— Eu costumo dormir cedo, gato. Dormir muito tarde da olheira...
Tato — Frescura, pô! Fica aí mermo. Tu já ta igual um panda. Mais um pouco nem vai fazer diferença...
— Aí, cala boca, cara! Nossa você parece aqueles irmãos chatos, implica