Bugatti Centodiece (II)

A lataria amassou.  O capô enrugou-se como pétalas de metal. O cheiro de queimado tomou conta do ar.  

Fiquei ali, imóvel por alguns segundos que pareceram horas, com o peito batendo como um motor. A adrenalina ainda me mantinha erguida. Minhas mãos ainda estavam no volante.

Assim como eu, o carro estava destruído, jogado à arvore como um animal ferido. Senti o gosto do sangue na boca. Uma parte de mim sorriu, cruel, satisfeita. Mais um símbolo da possessão de Zadock estava em ruína. E ainda tinha vários outros que iriam para o mesmo caminho, um a um.  

Ele não tinha o que fazer contra mim. Minha única fraqueza já estava ferida e presa.

Quando ouvi os movimentos ao meu redor, fiquei imóvel e contei, em silêncio, o tempo que ele levaria para chegar. Minha boca estava seca, ardendo... e eu tinha um sorriso no rosto, esperando por ele.

Na cabeça, formulei uma sentença simples e amarga: eu quebrei algo de valor porque Zadock não movera u

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