A ala em que Eliara foi colocada parecia um túmulo.
As paredes de pedra absorviam o som. Nem os gritos das crianças no pátio distante chegavam até ali. Apenas o bater do vento nas janelas altas e a respiração de uma loba inquieta dentro do peito.
O frio era constante. Não o frio do clima — mas o outro, aquele que nasce do abandono.
Eliara vestia um manto simples, nada lembrando a concubina que um dia fora desejada, nem a mulher que Valkar beijara com desespero entre os lençóis.
Agora, era apenas uma sombra dentro do próprio corpo.
As horas passavam devagar. As criadas não falavam com ela, apenas deixavam comida pela metade e saíam em silêncio. Nenhuma notícia de Maekor. Nenhuma palavra de Valkar. Nenhum olhar.
Ela havia sido apagada da história.
Mas o que a feria de verdade não era o castigo.
Era o silêncio dele.
Valkar não procurou saber a sua versão. Não a interrogou, não a tocou, não a olhou. Apenas… acreditou. Ou fingiu acreditar. Era mais fácil abraçar a versão que o coroava como