Eliara costumava caminhar pelos corredores do palácio com a segurança calma de quem conhece cada pedra, cada sombra e cada suspiro daquele lugar. Seus passos eram leves, quase em silêncio, enquanto sua mente estava sempre adiantada, planejando o que fazer para Maekor, para as servas e para si mesma. Ainda que não fosse mais a concubina preferida do rei, nem a mulher com quem ele partilhava olhares e sorrisos, ela tinha seu espaço, por menor que fosse, e nele mantinha sua dignidade intacta.
Mas, naquele momento, o palácio parecia um lugar diferente, estranho e hostil.
Cada passo de Eliara ecoava em corredores antes silenciosos. As criadas, que antes trocavam olhares cúmplices e segredos, agora se calavam abruptamente quando ela se aproximava. Algumas desviavam os olhos com pressa; outras cochichavam atrás das mãos, olhando para ela com suspeita disfarçada. Os guardas que costumavam abaixar a cabeça em sinal de respeito, agora evitavam o contato visual, como se um olhar fosse admitir qu