Narrado por Antonella Bellini
Não me agradava o rumo da conversa. Giovani segurava o meu braço, os olhos cravados nos meus como se quisesse arrancar uma confissão. Eu seria capaz de dar a minha alma pela fidelidade do meu pai aos Ferreti.
— Não me engano, Antonella. Sei bem o que escutei — disse, firme.
Arranquei o braço de suas mãos com um gesto seco.
— Não sei. Não posso te ajudar sobre isso, Giovani.
Afastei-me. Ele permaneceu junto à bancada, calado por um instante antes de repetir:
— Ainda não. Mas muita coisa não está fazendo sentido.
Ignorei a provocação, fingindo normalidade ao puxar mais um dicionário da estante.
— Disse que o tempo era curto, que vai voltar para San Marino hoje... Vamos a algum lugar? Preciso estudar — menti, e mal consegui esconder a tensão na voz.
A verdade é que minha cabeça girava. Tudo aquilo estava se tornando insuportavelmente real. As brigas entre o Don e Irina sempre foram frequentes... ele chegou a agredi-la no aniversário de Scarllet. Na minha fre