Narrado por Antonella Bellini
— Pablito, passe aqui! — gritei do corredor, já sabendo que seria inútil. As perninhas curtas dele mal sabiam o que era equilíbrio, mas quando o assunto era a avó... não havia nada que o detivesse. Não era sobre controle. Era sobre chegar.
— Pablito, devagar! — insisti, mesmo sabendo que ele já estava fora do meu alcance. Ouvi o som das passadas apressadas, quase tropeçadas, como se ele corresse de pernas abertas feito um pequeno alicate. E, então, a curva. A virada brusca. O grito. E a risada. Aquela risada gostosa e livre que só ele sabia dar.
— Achou a vovó! — ele gritou, mergulhando no colo de Ava.
Caminhei devagar da cozinha à sala. Meus passos eram de quem não queria perturbar a cena, mas também ansiava por fazer parte dela.
— Oi, Ava — murmurei, sentando no sofá como quem pede licença num templo.
Ela não me olhou de imediato. Estava largada no carpete da sala, embolada com Pablo entre beijos, risos e abraços. Ele a chamava de nonna, um “nô-ná” enro