Narrado por Antonella Bellini
Quando Serena trouxe minha mala, a mochila de Pablito e alguns dos seus brinquedos favoritos, senti o olhar da minha mãe cravar nas minhas costas. Ela nunca ia entender. Ou talvez entendesse… o suficiente para não me impedir.
Meu pai recuava. Pela primeira vez, ele parecia velho.
— Me leve contigo, Ella — Serena pediu, largando a mala sobre a grama. Olhei de soslaio, sem responder.
— O carro? — exigi, sem paciência, sem medo. Eu tinha o poder agora — e ele sabia disso. Ele queria Pablito.
— Fillipo… per favore — murmurou, derrotado.
Quando o carro foi trazido, mandei Serena conferir o combustível. Ela fez tudo em silêncio, carregando nossas coisas para o porta-malas como se já soubesse que não haveria volta. Coloquei Pablito no colo dela, mas não desviei os olhos do meu pai nem por um segundo.
— Tonella...
Entrei no carro. O portão foi aberto. E mesmo que não tivesse sido… eu o atravessaria.
Liguei o motor, arranquei em alta velocidade. O portão ficou par