~~CAPÍTULO 7~~
MILLA FALCONE Virei meu corpo para colidir com o corpo de Kali, sorrio ao me lembrar que ontem dormimos abraçados, sem segundas intenções, apenas dormir abraçados. Virei meu pequeno corpo lentamente para sair de fininho da cama sem incomodar Kali, entrei no banheiro rapidamente para fazer minhas necessidades e me limpar, aproveitar o máximo da privacidade matinal. Quando saio do banheiro em direção ao closet, ouço Kali falar com alguém em nosso quarto, pelo seu tom de voz, algo me diz que é sobre trabalho. Meu telefone, depois da ligação de ontem, me distanciei completamente do telefone. Mitchi tem razão, eu devo me focar em meu casamento e não ao meu amor do passado sem futuro. Depois de escolher roupas quentes, sento-me na poltrona em frente ao espelho do closet para fazer uma maquiagem leve e passar perfume. — Milla? Chama Kali. — No closet. Murmuro em resposta. — Tenho negócios esta manhã, irei demorar regressar. Kali diz entrando no closet já pronto para sua rotina de trabalho. — Bom dia. Eu digo ficando em pé. — Bom dia Milla. — Vamos tomar café juntos? Eu maior sorriso que consigo. — Não tenho muito tempo. — Perfeito, terminei por aqui, vamos? Fechei o espaço que nos separava e toquei seu braço, ele me guiou para sala principal. O café da manhã já estava pronto na mesa graças a Deus. Nos acomodamos à mesa. — Aaron está muito cedo e frio, o que é mais importante que ficar com sua esposa gravida? Peguei uma caneca para servir um café puro a Kali, ele sorriu antes de aceitar ovos malpassados e pão torrado. — Bom dia. Disse meu cunhado acomodando-se à mesa, meu marido e seu irmão trocaram olhares silenciosos antes deles mastigarem a comida rapidamente. — Nós vamos passar todo dia fora. Mitchi disse quebrando o silencio da manhã. — Está na minha hora. Disse Kali ficando em pé e rapidamente eu o segui. — Milla, o que mais você quer de mim? Kali questionou parecendo um pouco irritado. — Nada. Respondo. — Sou sua esposa, te incomodo? Faço bico. — Claro que não, só não é um bom dia, estou atolado de tarefas que precisam da minha atenção. — Eu não? Finjo estar chateada. — Eu, eu, eu preciso trabalhar, até mais tarde. Kali surpreendeu-me ao me dar um selinho rápido antes de ir sem olhar para trás. — Agora as coisas estão melhorando. Comentou Mitchi interessada em saber muito mais. — Porque eles estão tão apressados? Questionei mudando de assunto. — Seu marido vai monitorar o porquê da carga de armas está demorando ser entregue, enquanto meu marido, foi procurar um velho conhecido, provavelmente voltarão tarde. Tarde? — Vamos terminar de comer, quero fazer compras. Assenti concordando com ela, depois de terminarmos de comer, saímos para fazer compras, comer fora, assistir um filme e passear pelo parque. Quando voltamos eu estava exausta. Estava sentada no tapete a beira da lareira quando ouço o som do meu telefone, alcancei com as pontas dos dedos dos pés, número desconhecido, Kali está muito tempo fora de casa, talvez seja ele, ligando para avisar que está a caminho. — Kali? Sussurrei aguardando pela sua resposta. — Kali? Porque está chamando aquele desgraçado? Matteo? — Matteo? Sussurrei baixinho ficando em pé e indo rapidamente para o closet. — Sim. — O que você quer? Sabe que não pode entrar em contato comigo. — Eu preciso de dinheiro. Ele está louco? Eu não tenho dinheiro. — Eu não tenho dinheiro. — Claro que tem, use essa cabeça, irei ligar amanhã. Ele encerou a chamada sem esperar por minha resposta. — Milla? Soltei um grito abafado. — Milla sou eu. Levei minha mão para meu coração, ele quer me matar de coração. — Tudo bem? Assenti me recompondo. — Quem era no telefone? Levantei os olhos assustada com a sua questão, porque ele está fazendo tantas perguntas? — Número desconhecido, pensei que você. Murmurei ficando em pé. — Como foi o trabalho? Mudei do assunto. — Bom. Vou me limpar. Assenti para ele, saio do quarto indo até a sala para procurar Mitchi, ela precisa me ajudar a resolver este problema urgentemente. — Mitchi? Bato a porta do seu quarto, mais quem abre é meu cunhado. — Milla? O que houve? Aaron pergunta e eu abro um sorriso em resposta. — Claro, Anjo, estou no escritório. Aaron disse indo ao escritório. — Milla, o que houve? — Ele ligou, quer dinheiro. Falei em códigos caso outra pessoa nos ouça e não consiga entender do que se trata. — Dê a ele e se livre dele. — Eu não tenho dinheiro meus pais bloquearam minhas contas bancarias e Kali, bom, ele notaria, mas, você não. Com toda certeza notaria. — Não posso dar dinheiro ao inimigo do meu marido. Disse Mitchi horrorizada. — Por favor, ele irá me incomodar. — Milla, não me coloque em problemas, além do mais, se eu te der esse dinheiro, como irá entregar a ele? Não vê que é uma loucura? Esse homem está tramando contra você novamente e você vai cair igual um pato. Não, ele precisa de dinheiro, como tramaria contra mim? — Por favor, não tenho a quem recorrer. Suspiro fundo. — Tudo bem. Disse Mitchi ainda pensativa. — Irei tirar algum dinheiro do cofre, espero que você tenha algum dinheiro vivo. Sim, o dinheiro que Matteo me deu na estação de trem foi devolvido a me pensando que eram meus pertences. — Não precisa tirar do cofre, eu lembrei que tenho somas suficientes para ele não me procurar nunca. — Ok, vá, meu marido irá desconfiar se prolongarmos esta conversa. Assenti para ela, em um beijo suave na bochecha nós nos despedimos. — Onde esteve? Perguntou Kali assim que entrei no quarto. — Verificando minha cunhada. Respondo em um sorriso breve. — Claro, estou cansando, meu dia foi longo. Kali murmurou indo se deitar, fui trocar minhas roupas por um pijama, e me deitei na cama. — Kali? — Está passando mal? — Não, eu, nós poderíamos dormir abraçados? Questionei. — Claro que sim. Disse ele levando suas mãos para minha cintura. Minhas mãos rondaram sua cintura apertando-o forte. Na manhã seguinte, assim que Kali saiu para trabalhar, rapidamente, fui até o closet procurar a bolsa que Matteo me deu a meses atrás quando me abandonou na estação de trem. Após encontrar, me dirigi até minha cunhada que estava incrivelmente nervosa. — Milla, quanto tempo para ele ligar? Mitchi questionou andando um lado ao outro, isso faz mal ao bebê. — Se acontecer algo com meu sobrinho, eu não vou me perdoar, fique calma. Mitchi assentiu sentando na poltrona. Estava quase desistindo quando o telefone tocou e rapidamente atendi. — Sim? Digo. — Sou eu, conseguiu? Matteo questionou. — Sim, me encontre no banheiro do shop municipal em uma hora, não demore, não posso ficar fora por muito tempo. Desliguei. — Evite se encontrar com ele. — Não irei me encontrar com ele, disse isso para ele não nos enrolar. — Boa ideia. Mitchi disse ficando em pé, fomos comer alguma coisa antes de sair, Mitchi inventou uma desculpa que queria comer fora, o que não foi estranho pois ela adora comida de rua. — Eu não posso ter contato com esse... bom você entendeu, vá no banheiro, não se encontre com ele. Eu assenti para ela, caminhei lentamente em direção ao banheiro feminino, é provável que Matteo esteja nos monitorando por isso opto por deixar o dinheiro na cabine fechada para a manutenção. — Fugindo de mim? Meu coração para, mas me nego a olhar para trás, ele não merece minha atenção. — Não me ligue, suma da minha vida. — Já me esqueceu? Eu fui o primeiro homem da sua vida. — Kali é o único homem que merece meu amor, você, não é nada. Dei alguns passos em direção a porta quando ele diz. — Nenhum homem irá te amar como eu te amo. Abro a porta do banheiro e saio sem olhar para meu passado desastroso, encontro Mitchi onde a deixei, lentamente para não levantar suspeitas, paramos para comer antes de voltarmos para casa. — Trocou número de telefone? Minha cunhada perguntou e eu assenti para ela. Cortei todos laços com o meu passado, Matteo não me incomodará nunca mais. — Perfeito, que bom que este episódio passou. Assenti me tranquilizando. — Milla... Ouço a voz de Kali, o que ele está fazendo em casa tão cedo? — Milla Falcone. — Kali, porque está gritando? Mitchi perguntou a ele. — Matteo, aquele seu amante dos infernos, ligou dizendo que você foi ao seu encontro para dar-lhe dinheiro. Meu cunhado Aaron invadiu a sala principal parecendo mais irritado que o meu marido. — Estou ligando para Cassio, quero que ele me explique porque deixou aquele idiota vivo. Ele passou por nós e foi direto ao seu escritório. — Nós não nos encontramos, e sim, eu devolvi o dinheiro que ele havia me dado quando me abandonou na estação de trem. Falei baixinho. — Porque você fez isso? Apoiar meu inimigo. — Eu não o apoiei, ele não parava de ligar com números desconhecidos, ele estava me incomodando, então, eu deixei dinheiro no banheiro e saí de lá, depois troquei do número. Encolhi os ombros. — Eu sinto muito, não imaginava que ele estava aprontando. — Quantas desculpas eu tenho que engolir? Toda vez que ele aparece você corre para ele sem se importar com o nosso casamento. — Kali... — Chega Milla, você nunca irá gostar de mim, não importa o que eu faça. Kali me deu as costas indo em direção a saída, coloquei minhas mãos sobre a cabeça irritada, estávamos indo tão bem, porque tinha que estragar agora. — Deixe-o acalmar a mente, Kali é uma boa pessoa. Disse Mitchi, mas algo me diz que desta vez, desta vez ele não irá me perdoar tão rápido. — Não caia novamente nas armadilhas daquele idiota, ele não te ama, só não quer te ver feliz. Assenti para Mitchi, ela tem razão, entretanto, isso não importa no momento. Kali está chateado comigo preciso resolver as coisas com ele o mais rápido possível. Primeiro, ele precisa voltar para casa.