O resto da aula foi um borrão. Eu até fingia prestar atenção no professor de história, mas tudo que me vinha à cabeça era o rosto da Allie quando leu meu bilhete. Não que eu tivesse certeza de como foi, mas imaginei mil vezes. E cada vez meu peito doía num lugar diferente.
Quando o sinal finalmente tocou, senti o corpo inteiro relaxar, como se eu tivesse segurado a respiração o tempo todo. Joguei o caderno na mochila sem nem olhar e quase corri pra fora da sala.
Mas antes de conseguir me livrar dali, levantei o olhar e dei de cara com ela. Parada na porta, meio sem jeito, os olhos me procurando. Por um segundo, nossos olhares se encontraram, e eu senti o estômago despencar. Foi culpa, foi desejo, foi arrependimento, tudo misturado. Eu devia me