Quando vi que tava quase saindo da sala, levantei e fui atrás.
Segurei o braço dela com calma, só o bastante pra parar seus passos.
— E aí, certinha — falei, perto do ouvido dela, deixando a voz sair arrastada, preguiçosa. O arrepio foi quase imediato. Delícia de reação.
Ela se virou. E lá estava: Allie, fingindo que não tava apavorada. Que não tava curiosa. Que não tava completamente ferrada por dentro.
— Parece que estamos fadadas a passar tempo juntas — continuei. — Quer sofrer isso na biblioteca com cheiro de mofo… ou num sofá confortável com música boa e café de verdade?
Ela piscou. Tipo quem tá processando devagar. Uma graça.
— Você tá me chamando pra sua casa?
— Tô te chamando pra um lugar onde a gente possa trabalhar. E onde, talvez, você pare de parecer que tá prestes a fugir.
— Eu não tô parecendo isso.
— Tá sim. — Sorri de canto. — Mas tudo bem. Eu gosto de gente que tenta resistir. Tem mais graça.
Os olhos dela rodaram o corredor, procurando salvação. Nã