Era dia de aprendizado prático.
A professora Irmara, com sua túnica cinzenta e colares de dentes antigos, conduzia a turma para fora do salão. Hoje, os filhotes aprenderiam a rastrear — não só com o nariz, mas com os sentidos da alma, como ela dizia.
— “A floresta sempre fala. Mas poucos escutam,” — murmurou, enquanto caminhavam.
Caelum e Liora seguiam lado a lado, os passos sincronizados. Desde que se conheceram, havia algo entre eles — não uma paixão infantil ou um amor bobo, mas uma conexão quieta, forte. Como duas pedras que, ao se tocarem, reconhecem a mesma origem.
A tarefa era simples — ao menos para os outros.
Rastrear uma trilha deixada por um dos guerreiros da matilha, disfarçada com cheiros de ervas, distrações e armadilhas de engano. Cada grupo teria um tempo para seguir a pista, e ao final, seria testado na clareira dos Espelhos de Névoa.
Quando a vez de Caelum e Liora chegou, os outros se afastaram para observar.
— “Filho do rei ou não,” — murmurou um garoto mais velho,